Tenho acompanhado pelo seu programa e por outros meios de comunicação as notícias da greve dos professores das Universidades Estaduais da Bahia e dos professores da Rede Municipal de Ensino, e os apoio completamente.
Devo informá-lo de que, neste momento, nós, professores da Rede Estadual, em Vitória da Conquista, estamos também em alerta para deflagrarmos um movimento contra o desrespeito do Governo do Estado em relação à nossa categoria.
Como se não bastasse a histórica desvalorização que os trabalhadores em educação vêm sofrendo, tanto do ponto de vista financeiro quanto da sua dignidade humana, temos sido vítimas de perversas arbitrariedades no que diz respeito aos nossos direitos.
FALO DE DIREITOS ADQUIRIDOS QUE NOS TÊM SIDO IMPIEDOSAMENTE NEGADOS!!!!
Um deles é o direito à licença-prêmio que, segundo a lei, após cinco anos trabalhados o funcionário público tem direito. Em outras secretarias isso funciona. Na secretaria de educação, para os professores da Educação Básica NÃO!!! Existem casos em que professores chegam à fase de aposentadoria com até cinco licenças vencidas e têm de assinar um documento abrindo mão desse direito a fim de que o processo seja encaminhado.
ISSO NÃO É TRISTE????
E por falar em aposentadoria, a nossa, que já deixou de ser especial por causa do fator previdenciário, passou agora a ser “atemporal”, pois, quando o professor preenche os requisitos para pedir aposentadoria, dá-se início à “operação tartaruga” e começa, então, uma angustiante espera. Existem casos de mais de quatro anos de espera até a publicação no DOE. Professores, então, com mais de trinta e cinco anos de regência, começam a sentir as famosas doenças ocupacionais. Impossibilitados de trabalhar, as licenças médicas são inevitáveis e, portanto, alunos sem aula, porque a burocracia (proposital?) impede a liberação de substitutos imediatamente. Há casos em que o professor retorna do período de licença sem que tenha havido substituto. Enquanto isso, os filhos dos trabalhadores ficam sem aulas. E há quem diga que a culpa da má qualidade de ensino é do professor. Será?
Não posso deixar de registrar também o fantasma da excedência. É triste vermos colegas nossos às portas das escolas, mendigando carga horária, como aconteceu recentemente com nosso colegas do extinto colégio Dirlene Mendonça. Todo início de ano letivo é um sofrimento para muitos professores que correm o risco de ficar sem carga horária em seus colégios e são obrigados a saírem à procura, de porta em porta. É... Estamos feito cães sem donos, entregues ao descaso! Uma atitude política coerente seria diminuição do número de alunos por sala e agilidade na liberação de aposentadorias. Muitas vagas surgiriam. Tenho certeza disso.
Como se não bastasse tudo isso, somos uma categoria que faz prova para conseguir aumento salarial. Além da enorme e massacrante prova elaborada pela CESPE-UNB, somos também avaliados pelo IDEB DA ESCOLA. Isso significa que o Estado está transferindo para o professor toda a responsabilidade do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). E não é suficiente atingir a nota para aprovação, pois há um número limitado de vagas. OU SEJA, É PRECISO SER MELHOR QUE O COLEGA, O QUE NÃO SIGNIFICA, NECESSARIAMENTE, A COMPETÊNCIA REAL DESSE PROFISSIONAL NO SEU DIA-A-DIA DE TRABALHO.
NÃO TEMOS MEDO DE SER AVALIADOS (ALIÁS, JÁ ME SUBMETI DUAS VEZES ÀS PROVAS DE CERTIFICAÇÃO E FUI APROVADA). MAS ATRELAR A PROGRESSÃO SALARIAL A ESSES MASSACRES...
ALIÁS, POR QUE OS VEREADORES, PREFEITOS, DEPUTADOS, SECRETÁRIOS, MINISTROS NÃO FAZEM PROVAS TAMBÉM? SERÁ QUE ELES TERIAM CORAGEM?
DUVIDO! E por falar nisso, onde estão os nossos representantes, a quem confiamos uma das coisas mais sagradas que há no ser humano: o nosso VOTO de confiança!!!!!
Devo Lembrar, ainda, que também somos vítimas do Decreto que dificulta a saída de professores para cursos de pós-graduação, caso seja necessária a liberação do profissional de sala de aula além de Portarias que dificultam a liberação das licenças prêmio, mesmo para quem já tem um tempo considerável de serviço.
Convém também salientar que funcionários efetivos nas dependências das escolas estão em EXTINÇÃO, já que há anos não existe concurso E NÃO EXISTE UM PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS PARA ESSES FUNCIONÁRIOS. Enquanto isso, as escolas e demais órgãos do estado contam com funcionários (muitos deles excelentes) sem nenhum vínculo empregatício (são PST – prestadores de serviços temporários). ISSO É UMA EXPLORAÇÃO!
ASSIM, FICA DIFÍCIL ATRAIR BONS ESTUDANTES PARA OS CURSOS DE LICENCIATURAS. QUEM QUER ESTUDAR TANTO PARA SER EXPLORADO, DESRESPEITADO, MENOSPREZADO?
POR ISSO E MUITO MAIS, NÓS, PROFESSORES DA REDE ESTADUAL, PARALISAMOS NOSSAS NO DIA 31/05/2011, COMO INÍCIO DE CONSTANTE MOBILIZAÇÃO, CONFORME FICOU DELIBERADO EM REUNIÃO em 30/05/2011, por professores do Instituto de Educação Euclides Dantas.
Falo em nome de colegas professores e professoras dos turnos matutino e vespertino do Instituto de Educação Euclides Dantas.
Em princípio, sentíamo-nos um pouco como o José, de Drummond. Mas fomos descobrindo que não queríamos cavalo branco que fugisse a galope, porque queremos ficar e enfrentar...
E descobrimos que não estamos sem discurso, pelo contrário, ele está voltando, e Forte!
ESPERAMOS QUE ESTE MOVIMENTO CRESÇA!
COLEGAS, A UNIÃO É A NOSSA MAIOR ARMA. PARTICIPEM!
Maria Cristina Almeida de Oliveira Vilas Boas*
Cristina.vilasboas@hotmail.com
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